21 de novembro de 2009


Certa manhã você acorda, como se existisse um grande buraco em seu peito. Uma dor irreversível e insaciável come cada pedacinho do que lhe resta de prazeroso em sua vida. Não existe mais razão para sua existência, as vontades somem, dormir é o melhor a fazer, acordar é seu maior sacrifício. Você já não sabe mais como preencher o vazio que sente, seus olhos viraram a morada da lágrima, cada passo é mais um caminho sem rumo, você se sente insegura, sozinha, esquecida, insignificante para alguém e principalmente, para você. No seu mundo não existem mais sonhos, os pesadelos tomam conta do seu sono, a insônia e o medo a ajudam a passar mais uma noite pensando em como cada segundo foi inútil e irrevogável e seu pior companheiro no momento é o tempo. O tempo que não passa, que não apaga, o tempo que não deixa. Após um tempo, aquele que você tanto odeia, até as lágrimas se secam, o cansaço não lhe dá mais motivos para sair da cama, a fome desaparece, e a única coisa que lhe vem a mente é o "por que?" Por que sofrer pelo passado? Por que o tempo não te cura? Por que a saudade não lhe deixa viver? e a única resposta é, porque ele era a pessoa que você mais amava no mundo e sem ele viver torna-se um desafio, o único no qual você desiste sem nem mesmo tentar.

Por Nicole Maia